quarta-feira, 31 de março de 2010

Viva com Paixão – 31 Março 2010


 

O que faz diferente de todos os outros?

A história desta semana:

O que o me distingue dos meus pares?
Que particularidades me distinguem dos meus colegas, amigos, familiares?
O que me distingue dos demais?...

Temos tendência para ser excelentes observadores dos nossos defeitos e bastante rigorosos na avaliação desses comportamentos. Nem sempre dedicamos o tempo necessário a avaliar o nosso desempenho naquilo que realmente fazemos bem.
Tanto na sua vida pessoal como profissional, é fundamental identificarmos o que verdadeiramente nos distingue e investir na melhoria contínua desses recursos.

O Cristiano Ronaldo pode vir a ser um excelente comunicador, ainda assim não é por esse motivo que o seu vencimento mensal ainda tem alguma disparidade de valores para com o seu…
Como atleta de alta competição ele desenvolve/treina diariamente as suas melhores capacidades.

Se a sua vida for uma carreira de alta competição… que aspectos deverá começar a treinar AGORA?


Quando investimos 1 hora em modificar aquilo em que somos menos bons aumentamos 1 metro.
Quando investimos a mesma hora naquilo em que somos bons crescemos 10 metros…


As suas perguntas poderosas da semana:


1-O que melhor me distingue profissionalmente?
2-O que melhor me distingue no meu ciclo de amigos e influência?
3-Que particularidades da minha personalidade são mais notadas em ambos os ambientes?
4-O que posso fazer para desenvolver ainda mais essas capacidades/características?

Hoje vou fazer diferente!

Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

Um balde com defeito


 Uma velha senhora possuía dois grandes baldes, cada um suspenso na
extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos baldes era rachado, o outro era perfeito. O perfeito estava sempre
cheio de água no fim da longa caminhada até casa, enquanto que o rachado chegava sempre meio vazio.

Por muito tempo a coisa foi correndo assim, com a senhora a chegar a
casa com apenas um balde e meio de água.
Naturalmente que o balde perfeito era muito orgulhoso do seu resultado e o
pobre balde rachado tinha vergonha do seu defeito,  de conseguir fazer apenas
metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, reflectindo sobre a sua amarga derrota de ser um balde
'rachado', o balde decidiu falar com a senhora durante o caminho:

- Tenho vergonha de  mim mesmo, porque esta racha que eu tenho faz-me
perder metade da água durante o caminho até casa...'


A velhinha sorriu:

- Você reparou nas lindas flores que estão somente do seu lado do caminho? Eu
sempre soube do seu defeito e por isso plantei sementes flores na beira
da estrada do seu lado. E durante o dia, enquanto nós voltávamos,
você regava-as.

Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a minha mesa.
Se você não fosse como é, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha
casa.

Cada um de nós tem os seus defeitos. Os defeitos que cada um de nós
temos, é o que faz com que a nossa convivência seja interessante e gratificante.
É preciso aceitar cada um como é... Descobrir o que há de bom nele e potenciar ao máximo o seu potencial.


Portanto, meu 'defeituoso' amigo, decida ter um dia Fantástico e lembre-se de regar as
flores do seu lado do caminho...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Viva com Paixão – 24 Março 2010

O meu lucro é a minha Felicidade

A história desta semana:


Vejo a Vida como uma empresa.
O meu Activo são os meus Sonhos. O meu Passivo são os meus Medos e o meu Lucro é a minha Felicidade.

Esta mensagem de hoje dedico-a a uma pessoa que me é especial. Tem um enorme Activo e merece obter ainda mais lucro. Só tem de usar ainda melhor o seu passivo.



Em determinados momentos da nossa vida (pessoal, profissional e/ou familiar) há momentos em que tudo parece estar a correr pelo "lado errado da estrada" e por momentos só conseguimos ver o nosso Passivo. Por vezes desenvolvemos estratégias que nos bloqueiam e limitam o nosso desempenho, desenvolvendo uma sensação de impotência, incapacidade e de CONFUSÃO – quando o que necessitamos é precisamente do contrário.
É nesses momentos de "dificuldade" que a vida nos desafia e nos dá uma nova oportunidade de nos superarmos a nós mesmos e procurarmos os nossos Activos, para com eles retomarmos aos nossos lucros (felicidade).

Se houver um segredo para obter ainda mais lucro, ele reside na determinação necessária para colocar em prática aquilo em que acreditamos. Só ssim potencializamos os nossos Activos e minimizamos os nosso Passivos.


As suas perguntas poderosas da semana:


1-Que área ou acontecimento me desafia hoje na minha vida?
2-O que acredito que pode resolver esse desafio?
3-O que temo em relação a esse problema?
4-O que posso fazer agora para solucionar esse desafio?
5-Como me sentirei no final deste dia se decidir agir em relação a esse desafio?

Hoje vou fazer diferente!

Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

Acreditar e agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era o seu destino.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos, oferecendo-se para transportá-lo, quebrou o silêncio momentâneo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada um dos remos.

Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava gravada a palavra "acreditar" e no outro "agir".

Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava.
Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo o vigor.
Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

Ao chegar, o barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, agir e acreditar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Viva com Paixão – 17 Março 2010

A nossa realidade é fruto da nossa imaginação

A história desta semana:


A nossa realidade é fruto da nossa imaginação.
Ainda que pareça controverso esta é a nossa mais garantida certeza. Quantos casos conhecemos de pessoas que vivendo numa "realidade" conturbada reconhecem oportunidades e recursos onde outros apenas vêm a tragédia e a dificuldade. O que muda então? Tão somente os filtros que cada um usa na leitura da "realidade". Esses filtros não são mais que modelos da nossa "realidade interna", com regularidade criados a partir daquilo que é a nossa percepção e imaginação.

Essa é a grande oportunidade da nossa existência. Nada mais que a nossa capacidade de ver com a nossa mais requintada imaginação, para criar a melhor realidade.

Se quer sentir riqueza, conte todas as coisas que tem, que o dinheiro não pode comprar.
Se quer sentir amor, procure quem verdadeiramente ficará feliz por recebe-lo.


" O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente." 
Em que mundo escolhe Viver? Num mundo de escassez ou mundo de abundância?

As suas perguntas poderosas da semana:

1-O que hoje me faz feliz?
2-Quem eu verdadeiro Amo e quem me ama a Mim?
3-De que me orgulho hoje?
4-Como isso me faz sentir?

Hoje vou fazer diferente! Vou partilhar ainda mais a minha "melhor realidade"…

Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

Uma cama de hospital

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as  tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.
Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. As árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar:
Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela havia falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira  deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...

quinta-feira, 11 de março de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Viva com Paixão – 10 Março 2010

Troca a sua Vida por um Cubo?

A história desta semana:

A zona de conforto é o desafio permanente do nosso desenvolvimento.
Recentemente chegou-me uma metáfora extraordinária que me inspirou esta descrição sobre as nossas estadias na zona de conforto.

A ideia é como estarmos fechados numa sala com ar condicionado colocada no meio de uma paradisíaca paisagem. A sala é protegido por um enorme e envolvente cubo de vidro. A temperatura do ar no interior é sempre estável, seca e "condicionada".

Cá fora a temperatura é quente, tropical e acolhedora, a paisagem é de perder de vista e as cores são mais vivas e com um maravilhoso contraste e encanto (afinal, o vidro do cubo tinha um filtro!), o ar é suave e como uma brisa leve percorre todo o nosso corpo, transmitindo-nos um sentido de paz, energia e ligação com a natureza. O chão convida a sentir os seus caminhos verdes, como uma relva macia, firme e confortável.
Onde fará sentido passar a nossa Vida?

A sensação aparente de "controlo" (condicionada) que sentimos dentro do nosso cubo é um desafio permanente a superar. Cá fora é seguramente bem mais acolhedor… ainda que de dentro do nosso "condicionado" cubo, o desconhecido não convide.

Na Vida podemos decidir ser nós a sair do nosso cubo ou a própria Vida se encarregará do quebrar. Escolher o melhor caminho passa aceitar abrir a porta e começar a sentir, em pequenos passos, o ambiente fantástico que nos espera cá fora. O desafio passa por aceitarmos ir até à linha limite do nosso cubo e prepararmo-nos para a nossa "exploração". Para os nossos pequenos passos. Em contrapartida a outra opção é esperar que o nosso vidro se quebre e nos deixe sem preparação num ambiente desconhecido e aparentemente "agreste".

As suas perguntas poderosas da semana:

Desenhe um cubo numa folha de papel e instintivamente assinale:
1-Nos meus relacionamentos? Onde me encontro?
2-Nas minhas finanças? Onde me encontro?
3-Na minha carreira? Onde me encontro?
4-Como isso me faz sentir?
5- O que posso fazer ainda mais hoje para me aproximar do que verdadeiramente quero?

Hoje vou fazer diferente! Vou ficar ainda mais atento à minha zona de conforto…

Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

O elefante

Já observou elefante no circo? Durante o espectáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Ainda assim, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, preso somente por uma corrente que o aprisiona uma das suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.
A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério! Por que é que o elefante não foge?

Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefante bebé puxou, forçou, tentando soltar-se. E, apesar de todo o esforço, não conseguiu sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefante bebé tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado a uma estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espectáculo e demonstrar toda a sua força.

Aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio por exemplo.
O medo do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse num simples acto a corrente e fugisse.

Teste a sua corrente, não espere pelo seu incêndio.

terça-feira, 2 de março de 2010

Viva com Paixão – 3 Março 2010

A Prática da Vida?


A história desta semana:


A vida de inúmeras pessoas que tive a felicidade de conhecer mudou radicalmente desde o momento em que decidiram substituir o verbo "conhecer" por "praticar".

Eu "conheço" é algo fantástico e por vezes tão imobilizador e vazio.
Eu "pratico" é algo de apaixonante e por vezes… tão amargo.

A vida estará repleta de acontecimentos e emoções para aqueles que a "praticam".
A vida será cheia de sabores para aqueles que a "praticam"..
A vida estará cheia de erros e de aprendizagem, para aqueles que a "praticam.
A vida estará cheia de alegrias para aqueles que a "praticam".
A vida estará cheia de amor para aqueles que a "praticam".
A vida estará cheia de dúvidas para aqueles que a "praticam".
A vida estará cheia de vida para aqueles que a "praticam".

A "prática" da vida é mesmo assim, talvez por isso que tanta gente opte por apenas a "conhecer".

As suas perguntas poderosas da semana:

1-
Quem Eu verdadeiramente Amo?
2- Quem Eu verdadeiramente admiro?
3- Quem verdadeiramente estou grato/a de participar na minha Vida hoje?
4- Como me vou sentir, se ainda hoje, "praticando", mostrar os meus sentimentos?


Faça Já! Agora ainda é o momento!


Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

A menina dos Cds

Era uma vez um jovem rapaz que nasceu com uma doença incurável. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu em casa dos seus pais, sob o cuidado constante da sua mãe.

Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da sua mãe, caminhou pelo quarteirão da sua rua, admirando as vitrinas e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma rapariga, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximou-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela esboçou-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa.

Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou no primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era e disse:

- Este aqui...
- Quer que eu embrulhe como presente? Perguntou a rapariga, sorrindo ainda mais. Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:
- É para mim mesmo, ainda assim eu gostaria que você embrulhasse.

Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois com o CD muito bem embalado. Ele pegou no pacote e saiu louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.

Daquele dia em diante, todas as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a doce rapariga deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no armário, sem sequer abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reacção dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem de convidá-la para sair e conversar.

Um dia, encheu-se de coragem e foi para à loja. Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Enquanto ela não estava atenta, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.

No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a doce rapariga a perguntar por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:
- Então, você não sabe? Faleceu esta manhã.

Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho para ver as suas roupas e ficou surpreendida com a quantidade de CDs, todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito: "Você é muito simpático, não me quer convidar para sair? Eu adoraria..."

Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abria traziam uma mensagem de carinho e de esperança de conhecer o rapaz.

Assim é a vida: não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já, amanhã pode ser muito tarde!

Quem me quiser


Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato Faria