quinta-feira, 23 de julho de 2009

Estar em Causa ou no Efeito

Esta pergunta foi a vencedora num congresso sobre vida sustentável:

"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos...
Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Percepção é projecção

Por algum momento já deu por si a pensar que alguém que estava diante de si, se estava a comportar de uma forma “carinhosa” ou “empenhada” ou “feliz” ou “teimosa” ou “raivosa” ou “ciumenta” ou “invejosa”?

Pois bem, para ter qualquer destes pensamentos a nossa mente tem de conseguir – se projectar – nesse comportamento. O mesmo é dizer, teremos que nos ver ou rever nesse comportamento, para assim entendermos que esse comportamento que agora analisamos, corresponde ao que no passado ou no presente nós já vivemos. Assim faremos o Match e classificamos cada comportamento dos “outros”.

Dessa forma, é-nos comum ver um série de “problemas” nos outros… que no fundo nos pertencem a nós!
Da mesma forma, se o nosso focus estiver preenchido com sorrisos mais fácil será ver sorrisos, se estiver preenchido com mentira e traição mais fácil será ver mentira e traição.

Independentemente do que escolhermos ver, previamente já estamos a sentir.

Escolha bem!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O pensamento positivo pode não ser assim tão positivo...

Foi publicado um artigo no The Times este mês que apresenta o “lado lunar” do pensamento positivo.

Joanne Wood, Professora de Psicologia na Universidade de Waterloo, Canadá, realizou um estudo que demonstra que o pensamento positivo e a repetição de frases do tipo “Eu consigo!”, “Eu sou uma pessoa fantástica!” pode ter efeitos mais negativos do que positivos para pessoas com uma fraca auto-estima.

A repetição de afirmações positivas funciona apenas se vierem reforçar aquilo em que a pessoa já acredita.

Caso contrário, alguém com uma fraca auto-confiança quando diz “Sou uma pessoa encantadora” pode estar a pensar “Bem, nem sempre sou encantadora” ou “Não sou tão encantadora como gostaria de ser”. Estes pensamentos negativos acabam, então, por se sobrepor aos positivos.

Agora aprofundando a justificação Psi:

Quando opiniões, informações ou crenças são incompatíveis entre si provocam dissonância cognitiva. Como é psicologicamente desconfortável manter cognições contraditórias, a pessoa tende a substituir as recém chegadas por outras que “encaixem” nas já existentes.

Festinger defende que existem ainda mais duas formas de se lidar com a dissonância cognitiva: adquirir novas informações ou crenças que aumentem a consonância, ou desvalorizar as crenças que provocam a incompatibilidade.

E é por isto que concordo com a ideia de que pessoas com muito fraca auto-estima necessitam, uma primeira fase, mais de pensamento “construtivo” do que de pensamento positivo (entendido no sentido da verbalização/repetição de frases como as que descrevi).

Nestes casos será trabalhando no domínio do que é possível, um passo de cada vez, que se consegue alcançar o que anteriormente poderia ser entendido como impossível!