quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Viva com Paixão – 15 Dezembro 2010

Em que lugar escolhe viajar?

A história desta semana:

A forma como nos disponibilizamos a Viver a nossa Vida dependerá a nossa felicidade.
Os critérios e as escolhas que fazemos a cada momento da nossa vida influenciará de forma decisiva a forma como desfrutaremos a nossa Viagem.


 As suas perguntas poderosas da semana:
O que tem que acontecer na minha vida hoje para me sentir Feliz?

Que tempo empenho da minha vida em procurar sentir-me feliz?
O que posso fazer do meu dia hoje para me sentir ainda mais feliz?

 
Treine o seu pensamento – a recompensa é a sua vida.
(Este exercício tomará apenas 2 minutos. O seu sucesso pessoal vale 2 minutos por semana?)

E é por isso que esta semana vos conto a maravilhosa história:

Sentar-se à janela

Era criança quando, pela primeira vez, entrei num avião. A ansiedade de voar era enorme. Eu queria sentar-me do lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o voo desde o primeiro momento e sentir o avião a acelerar na pista cada vez mais rápido até descolar. Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.

Cresci, comecei a trabalhar e no meu trabalho, a certa altura, voar era uma necessidade. As reuniões em outras cidades e a correria obrigavam-me, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.
No início pedia sempre lugares ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse. Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, acomodar-me rápido e sair rápido.
As cadeiras do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar por ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos acasos do destino, estava eu louco para sair de São Paulo numa tarde chuvosa, precisava chegar ao Rio de Janeiro o mais rápido possível. O voo estava cheio e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei no meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, acomodei-me no lugar indicado: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.
E, num rompante, assim que o avião descolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu. Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer. Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.

Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, de namorar, do meu trabalho e convívio pessoal?

Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida. A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos. Se viajarmos somente na cadeira do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.

Ademais, pode ser que ao descer do avião da vida já não encontremos ninguém à nossa espera.

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